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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

SEMPRE FUI UMA CONTADORA DE HISTÓRIAS



E eu conto histórias desde que me conheço. Contava para minhas bonecas, para as irmãs e vizinhos. Já fazia parte do meu faz de conta, do meu imaginário, ser uma mestra. Minha imaginação ia muito além do "normal". Eu transcedia naturalmente, desde os meus 8 anos de idade. Fechava os olhos e me via numa sala, cheia de alunos e alunas e eu era a professorinha, esperta, sabida, aquela que sempre tinha uma resposta para todas as perguntas. Meus bonequinhos faziam parte do cenário. As histórias vinham com tanta facilidade, como as águas do rio que desaguam no mar. Então posso dizer que sou uma professora-contadora de histórias. Fico feliz por isso. Com uma imaginação fértil, dificilmente eu permito que alguém entre dentro da minha cabeça. Chamo este vislumbre de blindagem.
 

CRACHÁS PARA LEITORES VIPS - EMEF ANÍSIO TEIXEIRA


 

SEMEANDO O GOSTO PELA LEITURA



E era uma vez um menininho por nome de José Victor, ele entrava na biblioteca, me cumprimentava sorrindo, acompanhando os coleguinhas, mas não pegava nos livros. Passou a 1, 2, 3 e agora com 10 anos está na 4 série. Criei os crachás dos leitores VIPs. Quem está frequentando e lendo? Quem? Ele. Fizemos um acordo. Faça por merecer o crachá. Ele está fazendo. E eu como fico. Com vontade de chorar. Afe afe🫣🫣🫣Coração não aguenta. 🥺 idade: 10 turma: 4 A



 

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS PARA A TURMINHA DO FUNDAMENTAL MENOR - JOÃO DA ÁGUA OU JOÃO DAS FLORES?


E hoje foi dia de contar história para a turminha das 2ª série, da profa @daianealvesane que não está na foto. Contei a vida de João da Água, que se acordava bem cedinho para buscar água num riacho, com dois latões pendurados em seus ombros, para suprir as necessidades da casa. E um dos latões estava furado e ele não se importava, porque molhava a estrada que vivia florida. Então tudo certo. Compensava ele chegar em casa só com um latão e meio. A turminha amou João. No final ele passou a ser chamado de João das Flores. Um ser muito especial. Amo também a história. Muito top. Sensacional.


 

LIVRO INFANTOJUVENIL QUEM MORA EM MINHA BOCA? PREFÁCIO DE MINHA AUTORIA


E recebi o exemplar do livro infantojuvenil "Quem mora na minha boquinha?" Livro que tive a honra de prefaciar. Uma obra leve, educativa e cheia de ludicidade. Com certeza, toda criança que teve o privilégio de ler esse livro, aprendeu sem sentir, a importância de cuidar da sua boca e dos seus "moradores". Tem exemplares ainda na Livraria Escariz, eu recomendo. As autoras são Flávia Roriz ( odontóloga) e Marcella Barreto ( fonoaudióloga).

 

domingo, 17 de setembro de 2023

DISCURSO DE RECEPÇÃO AS NOVÉIS ACADÊMICAS DA AFLAS, EM 15/09/2023


Boa noite a todos. É com imenso prazer que hoje estou aqui para apresentar a esta Arcádia, as neófitas Advanusia Santos Oliveira, Verônica Cardoso de Santana, Maria Nazareth Cruz Lima, Simone Rodrigues Pereira Peixoto e Martha Hora, nas respectivas cadeiras patronímicas, 21, 22, 23, 24 e 25.

A Profa. Dra. Advanusia Oliveira trabalha com a Educação Inclusiva, a bibliotecária e mestranda Verônica Cardoso acredita que a leitura salva e transforma vidas, a funcionária pública Profa. Maria Nazareth faz a poesia que se escreve e se lê. A dra. Simone Rodrigues luta por uma sociedade mais justa e igualitária para todos, principalmente para as mulheres e a escritora Martha Hora pinta o mundo com as personagens lúdicas que encantam a criança que nos habita.

Mas todas elas têm uma visão onírica do mundo, das pessoas, das paixões, dos ódios e que é mister acalmá-los. Estão envergando os fardões acadêmicos com o compromisso de serem pontes e nunca muros. De serem asas e não gaiolas, citando Rubens Alves. Elas têm ciência que precisam ser a mudança que quer ver no mundo. Mahatma Gandhi.

Que não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la. Cícero. E que aquilo que escutamos logo esquecemos, aquilo que vemos lembramos, e aquilo que fazemos aprendemos. Confúcio.

Elas veem par agregar, juntar, semear, solidificar e transformar. Transformar o mundo, a sociedade, juntamente com as demais aflasianas. Porque ser AFLAS, não é somente ostentar a veste talar rosa com dourado nos eventos acadêmicos. É transcender os próprios interesses. É olhar para o horizonte e vislumbrar um lugar bonito para viver em paz. Jota Quest. Bem-vindas queridas Acadêmicas a esta Arcádia, e tenham a certeza, que a Casa da Profa. Dra. Ada Augusta Celestino é um espaço de aprender e apreender. Venham se somar as Aflasianas que aqui estão desde 25 de outubro de 2022, quando fundaram este Sodalício, neste mesmo lugar e neste mesmo auditório. Somos 20 membras-fundadoras. Apresento-as para vocês:

Cadeira 1 – Educadora Cris Souza – Idealizadora e Vice-presidenta da AFLAS– professora, escritora, jornalista, antologista e ativista cultural. Pedagoga com 5 especializações.

Cadeira 2 - Maria Virgínia de Assunção Feitosa Gomes – Presidenta da AFLAS, escritora, professora, jornalista e psicopedagoga.

Cadeira 3 – Maria José Santos Barnabé – Nilda Barnabé – professora de Letras/Português e escritora.

Cadeira 4 – Ana Cláudia Souza Mendonça – professora, pedagoga, psicopedagoga, pesquisadora, doutoranda e escritora.

Cadeira 5 – Cadja Araújo Portugal - Professora Mestra e Administradora.

Cadeira 6 – Rita de Cácia Santos Souza – Tem Pós-doc. e Doutorado em Educação, Mestrado e Licenciatura em Pedagogia; Especialista em LIBRAS; Psicopedagogia preventiva; Psicoped. Institucional e Clínica

Cadeira 7 – Edilma Silva Santos – Edilma Rainha – pedagoga, mestra em Ciências da Educação e doutoranda em Educação, contadora de histórias e escritora.

Cadeira 8 – Maria Adilma Pinto – contadora de histórias, professora de História e escritora.

Cadeira 9 – Maria Rita dos Santos – professora aposentada, escritora e poeta.

Cadeira 10 – Maria Florentina Lima Santos – Flor Lima – professora, pedagoga, neuro pedagoga e poeta.

Cadeira 11 – Mariza dos Santos Marques – professora de Letras Português/Inglês e escritora.

Cadeira 12 – Maria Eunice Guimarães Santos Garcia - enfermeira, fotógrafa, escritora e poeta.

Cadeira 13 – Marleide dos Santos Cunha – Licenciada em Letras Português e Pedagogia; Especialista em Língua Portuguesa; Mestra e Doutora em Educação.

Cadeira 14 – Fabiana de Oliveira Andrade- formação em Pedagogia, MBA em Gestão, Especialista em Educação Ambiental e Robótica Educacional e Mestra em Educação e ex-secretária de educação da cidade de Santa Rosa de Lima.

Cadeira 15 – Maria Telma Costa Rodrigues – Formou-se em Pedagogia pela Faculdade São Luis de França e, tornou-se escritora infantojuvenil com 16 livros publicados. É contadora de Histórias.

Cadeira 16 – Cândida Luísa Pinto Cruz –Tem formação em Educação física e pedagogia, especialista em Psicomotricidade e Atendimento Educacional Especializado. Atualmente faz doutorado.

 Cadeira 17 - Anatilde de Jesus – Anabi Jesus – Professora, poeta, contista e declamadora afro-sergipana. Graduou-se em língua neolatina e Pós graduou-se em Gestão Educacional.

Cadeira 18 – Paula Tauna Santos - Pedagoga. Especialista em Literatura Brasileira no Contexto da Literatura Universal e especializada em Filosofia Ética e Cidadania.

Cadeira 19 – Stephane Gonçalves Loureiro Pereira – advogada, jornalista, palestrante e escritora.

Cadeira 20 – Danielle Louise de Jesus - Graduada em Fisioterapia, especialista em Desenvolvimento neuroevolutivo, Intervenção ABA para TEA - em práticas integrativas e complementares em Saúde; Formação em Yoga para adultos e crianças.

A partir de agora essas são suas confreiras e a AFLAS é a casa de vocês. Saibam minhas queridas neoacadêmicas que vocês são bem-vindas a AFLAS – Academia Feminina de Letras e Artes de Sergipe. Agora vocês são legítimas AFLASIANAS.

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Ouçamos o que Mario Quintana nos diz com este poema, é tempo de semear, de construir, elaborar e não de esperar.  O tempo ruge e urge. Muitas coisas para nós fazermos. Vamos encarar este Sodalício como missão. A sociedade precisa de nós. As pessoas precisam de nós. Sigamos fazendo. Deus quer.


 

O PACIENTE DO LEITO 7




No dia 16 de setembro de 2023, sábado, fui muito bem recebida no Espaço San Lino, local escolhido por meu amigo e confrade José Denivaldo dos Santos para lançar seu segundo livro e primeiro romance O Paciente do leito 7. Com uma decoração simples, mas elegante, o anfitrião era só sorrisos e gentilezas. O pequeno palco foi momento de fala para muitos escolhidos. E eu fui uma deles, como prefaciadora de sua memorável obra. Não escrevi discurso, simplesmente quis ler o próprio prefácio na íntegra. Foi uma cartase. Sempre sorrindo, ele se postou do meu lado vibrando com cada palavra pronunciada por mim. Eu sentia sua energia de bem e seu transcender emocional.
Estava enlevado espiritualmente. Eu falava, mas minhas palavras emanavam do meu coração. Escrevi o prefácio com verdades, sentimentos e afetos. Em alguns momentos o autor ora me abraçava, ora, tentava me ajudar de forma carinhosa a manter a página do livro que teimava em balançar com o sopro da brisa que ali teimava em passar. Nunca me senti tão cuidada, tão bem acolhida por um outro ser humano, que mostrava sua gratidão, simplesmente por eu ter escrevido o que eu pensava verdadeiramente sobre sua obra literária.

Que é um best-seller é que o levará ao nível de outros notáveis, tais como Saracura, Domingos Pascoal, Jorge Carvalho, Antônio Camilo e tantos outros. Não precisa me agradecer, nobilíssimo amigo, quem está agradecida sou eu, por ter sido escolhida por você, para prefaciar. Sinto-me privilegiada, deveras. Obrigada, pela bela acolhida, por ter sua confiança, pelas belas palavras dirigidas a mim e por você ser um autor dadivoso, talentoso e amigo. Segue na estrada da luz, conduzindo a todos com palavras e versos, que pintam com alegria nossas almas e vidas. Forte abraço.
Cris Souza. 17/09/23

POSSE DE EZIO DÉDA, PARA A CADEIRA Nº 19, DA ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS



Em uma cerimônia emocionante realizada na noite desta quarta-feira, 13, tomou posse na Academia Sergipana de Letras (ASL) o arquiteto, professor e escritor Ezio Déda. Ele, que também é diretor-superintendente do Instituto Banese desde 2012, assumiu o cargo honorífico ao ocupar a cadeira de número 19, sucedendo o escritor Jácome Góes. A solenidade aconteceu no Museu da Gente Sergipana Gov. Marcelo Déda, projeto de autoria de Ezio, onde o mesmo recebeu o diploma e o distintivo da ASL, além dos cumprimentos dos familiares, amigos, representantes de academias literárias e autoridades.


O presidente da Academia Sergipana de Letras, José Anderson do Nascimento, justificou o ingresso de Ezio na Academia a partir de suas contribuições culturais. “A posse de um acadêmico representa a renovação da instituição. É um cargo honorífico, ou seja, o novo membro ingressa na academia pelo seu valor cultural, pela sua produção na escrita, na poesia, pelo ativismo cultural, como é o caso de Ezio Déda que é um dos ativistas de maior projeção no estado de Sergipe. Esses atributos todos levaram Ezio à eleição na academia e hoje estamos celebrando a solenidade de sua posse”, destaca José Anderson.


Responsável por saudar Ezio Déda durante o ato solene, o professor e acadêmico Jorge Carvalho, fez um discurso emocionante permeado por relatos de momentos marcantes da vida de Ezio Déda. “Ezio foi eleito por unanimidade e hoje estou muito feliz porque tenho certeza que a academia acertou, afinal, ingressa hoje um dos nomes mais importantes da vida intelectual de Sergipe no século XXI. Um homem ainda jovem, mas com um acervo de contribuições imenso que sem dúvida levará para a Academia Sergipana de Letras. Hoje é o dia de reconhecer a sua história”, comemora Jorge.


Representando o Governador do Estado de Sergipe, Fábio Mitidieri, a presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê, Antônia Amorosa de Menezes, demonstrou sua emoção com mais essa conquista de Ezio Déda. “A figura de Ezio é um marco no cenário da cultura sergipana. Hoje representado o governador que assim como eu o admira muito. Através da sua inteligência, da sua visão, da sua estética e do seu conhecimento sobre a cultura sergipana, Ezio tem dado enorme contribuição não apenas como arquiteto, mas com sua sensibilidade de poeta e com o seu compromisso com a cultura sergipana. A Academia Sergipana de Letras ganha muito com a inteligência inaugural, juventude, competência e visão futurista de Ezio Déda”, revela Amorosa.  


A cerimônia também foi prestigiada pelo presidente do Banco do Estado de Sergipe, Marco Antônio Queiroz. “Ezio é mais que um arquiteto, é mais que o curador do Instituto Banese, é mais que poeta. Ezio é um patrimônio de Sergipe, uma personalidade inquieta, com uma produção frenética. Todos os movimentos que Ezio fez transcenderam a ele. São projetos que elevam a cultura sergipana, então, não poderia deixar de prestigiá-lo nesse momento juntamente com nossa equipe do Banese, afinal, estamos contemplados com a posse do novo acadêmico da Academia Sergipana de Letras “.


A casa de Tobias Barreto e de tantos ilustres membros agora é também a casa de Ezio Déda que se compromete a contribuir, disponibilizando seu talento, conhecimentos e experiências. Ele falou da honra em ingressar na Academia Sergipana de Letras. “Vejo como um coroamento de um trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo de minha vida. É uma honra tamanha e também muita responsabilidade poder participar da Casa de Tobias Barreto. Estou sendo muito acolhido e sei do compromisso de levar meu conhecimento, minha experiência e principalmente o meu desejo de contribuir com a Academia Sergipana de Letras e com a sociedade sergipana”.
 

 

sábado, 16 de setembro de 2023

ACADEMIA FEMININA DE LETRAS E ARTES DE SERGIPE - AFLAS

Solenidade de posse de 5 acadêmicas - 15/09/2023 - Sede da AEASE

E dia 28 de outubro de 2022, a @academiafemininadeletras.se foi instalada. Era um antigo sonho meu, com certeza. Venho de muitas criações, permita-me humildemente lembrá-los: Café Poético Sergipano, em 2013; Sarau Sergipano de Mulheres, em 2015; Academia de Letras Estudantil de Sergipe - ALES, em 2016; Academia Literocultural de Sergipe - ALCS, EM 2020; Academia Virtual Municipalista de Sergipe - AMS, em 2021. E em 2022, foi a vez da AFLAS. E eu projetei nos mínimos detalhes. Primeiro foi o objetivo, o motivo de sua criação. Todos sabem, eu creio. Nós mulheres precisamos de espaço de fala, de momentos juntas para exercitar a SORORIDADE, tão esquecida por nós, diante do caos instalado, competição desnecessária, a urgência do cotidiano que não agrega e não efetiva vínculos. A AFLAS, veio para fincarmos raízes e a partir desse ponto seguro, criarmos asas para voos indeléves e imensuráveis. Fiz uma lista de mulheres poderosas e cheias de atitudes e as convidei. Amigas que eu tenho algum vínculo de aproximação, pesssoas que eu acredito e admiro. Pessoas confiantes e confiáveis, empáticas, generosas e amigas. Que sabem o significado de agregar, unir, semear, amar, solidarizar e transformar. Essas são as AFLASIANAS. Éramos 20, agora somos 25. E o que é ser AFLAS? acredito que não preciso responder a essa pergunta, dá para saber, se o texto foi lido até aqui. Mas não custa-me reforçar: Ser AFLAS é ser grande, é transceder suas próprias frustações para pensar no outro. É olhar para frente e se perguntar onde posso ajudar e quem precisa de ajuda. Quem está com fome? quem precisa de uma palavra de apoio? qual criança precisa de um carinho? qual pet está abandonado com fome e frio? a quem posso oferecer uma sopa ou um agasalho? Qual mulher precisa de apoio? E acima de tudo incrustar 3 palavrinhas no seu coração: AMOR, EMPATIA E SORORIDADE. Onde tiver uma AFLASIANA, pode ter certeza, que encontrá um ser de luz, bondosa, amiga e que sempre terá uma palavra de carinho para distribuir. Dia 28 de outubro, a Casa de Ada Augusta completa 1 aninho. Que venham muitos anos de existência. A sociedade e o nosso povo merecem. Deus quer.

Cris Souza
16/09/2023

terça-feira, 12 de setembro de 2023

LANÇAMENTO DO LIVRO A ÁFRICA VIVA EM NÓS, DE GUSTAVO ARAGÃO



Hoje, dia 12 de setembro de 2023, ás 16h, no auditório do Museu da Gente Sergipana, aconteceu o lançamento do livro infantojuvenil A África viva em nós, do escritor sergipano Gustavo Aragão. Revi amigos querido. Na foto estou com as Contadoras de Histórias e Escritoras,  Luciana Celi e Izabel Melo, a minha esquerda, ao centro estão os escritores Aroldo Veiga e Domingos Pascoal de Melo (imortal da ASL - Academia Sergipana de Letras), do meu lado direito, a Presidente da Academia Sergipana de Contadores de Histórias, Claudia Stocker e um pouquinho atrás, o Desembargador Edson Ulisses de Melo e sua esposa Dra. Maria do Carmo Déda.

 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

SONHAR E FAZER ACONTECER

Educadora Cris Souza


E tudo começou assim. Eu era a menor e a mais magrinha de quatro irmãs. E a mais tímida das filhas de Dona Guiomar e de Seu Erasmo. Ele era mestre de obras e ela uma dona de casa polivalente. Enfermeira do povo, voluntária da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública - SUCAM, mãe, esposa e proprietária da única fonte do bairro, com água boa para beber. Cresci sempre solitária, apesar de ter uma família numerosa. Não tinha melhor amiga e nem grupos de amigos. Minha mãe achava que não precisávamos, já que éramos quatro irmãs e um irmão mais velho. Tínhamos cachorro, gato e até passarinhos. Um jardim imenso e um quintal cheio de árvores frutíferas. Lembro-me bem do abacateiro, mangueira, bananeira etc. Minha mãe devia ter suas razões para não permitir que fizéssemos amigos próximos. Tínhamos colegas de escola, somente. Eu vivia dentro dos livros. Comecei a ler pegando o livro Robson Crusoé, de minha mãe, às escondidas. É um romance escrito por Daniel Defoe e publicado originalmente em 1719 no Reino Unido. Ela guardava dentro de um baú antigo, de madeira. Como se ele fosse um tesouro precioso. Eu fecho os olhos e lembro bem das páginas amareladas e a capa dura. Adorava observar as personagens desenhadas em preto e branco. Eu não entendia o motivo, de minha mãe guarda-lo no baú.

Após muitos anos, minha irmã Neide Honorato me confessou que tinha sido presente da nossa avó Mariana Honorato, que era natural da cidade de Salgado, onde passamos todas as nossas férias escolares. Então entendi o zelo exagerado. Depois de aprender a ler, continuei explorando as revistas do Recruta Zero, do meu irmão. Ele as deixavam embaixo do colchão. E a partir daí nada mais passava por mim sem eu ler. Eu lia tudo e todos. Eu lia a vida e o mundo. Amadureci em tempo recorde. E as pessoas então começaram a falar que eu parecia uma “adulta”, com meus 10 anos de idade e isso me faz rir até hoje. Povo exagerado! Mas a menina alfabetizou as duas irmãs menores e os filhos dos vizinhos e até os próprios pais das crianças. Era aquela menininha que lia as receitas passadas pelos médicos e as bulas. Lia as notícias dos jornais, letreiros das lojas, placas das ruas e amava os livros didáticos, principalmente o livro de Português, com trechos de crônicas, matérias e poemas.  Acredito que surpreendi a todos quando resolvi somente estudar em vez de namorar. Enquanto as colegas namoravam, eu lia. Crescia intelectualmente, menos na altura, pois sempre fui a mais baixinha da turma. Minha companhia sempre foram os livros, porque eu tinha sonhos para realizar. Decidi que seria alguém com muitos diplomas. Alguém que pudesse fazer a diferença na vida do outro, orientando e mostrando as coisas boas da vida. Sempre quis levar alegria, conforto e esperança a quem necessitasse. Optei pelo magistério, já que a área da saúde não me atraía. Fiz três concursos e fui aprovada em todos. Fiz duas graduações e cinco pós-graduações. E então, escolhi ser Educadora e não somente uma professora. 

No meu entendimento a professora ensina os conteúdos programáticos e eu queria ensinar também para a vida. Lembro de alguém me dizendo que a mulher só tinha duas chances de se dar bem na vida: na hora de nascer e na hora de se casar. Ou seja, se nascesse em berço de ouro ou se casasse com um moço rico. Eu segui um terceiro caminho: estudei, preparei-me, prestei concursos e vivi livre e independente. Lembro também de escutar que por ser mulher preta e pobre não iria ser muita coisa. Pois é, muita coisa eu não fui. Nunca quis ser coisa. Eu só queria ser gente de bem. Então me casei, descasei, tenho três lindos filhos e um neto. Sou funcionária pública estadual e municipal, escritora e ativista cultural. Sou feliz surpreendendo as pessoas e tomando as rédeas do meu caminhar. As pedradas são muitas e daí? Muitas vezes me machucam, outras vezes consigo desviar. E quase sempre junto tudo e construo pontes, nunca muros. “Aquele que não luta para ter o futuro que quer, deve aceitar o futuro que vier”. E sigo fazendo como minha mãe, ajudando o próximo sempre que posso e construindo como meu pai, obras bem edificadas, cercadas de amigos verdadeiros e enfeitando o mundo de pedaços de mim, palavras potentes e versos livres cheios de afetos. Deus quer.

 

09/09/2022

Educadora Cris Souza


PRESENTE DE ANIVERSÁRIO

 

A Desembargadora Maria das Graças Monteiro Melo e a Educadora Cris Souza


E ontem eu fui à uma festa de aniversário. Lembro-me que acordei nesse dia muito preocupada sem saber o que comprar para presentear a aniversariante, uma desembargadora, que com certeza, tem tudo do bom e do melhor. Fui trabalhar, retornei, marquei salão de beleza, separei a roupa, bolsa e sapatos, mas ainda não sabia o que comprar. Separei maquiagem, perfume e as bijuterias.

Estava demasiadamente angustiada. De repente, não mais que de repente, veio-me uma ideia. Gostei. Resolvi comprar uma linda caneta, uma peça elegante, muito bela, num tom vermelho escuro, com fios dourados, que vi numa vitrine. Fiquei feliz com minha decisão. Aquela coisa que alguns pensam “mas esse presente é a cara dela”, mas não falam em voz alta, só internaliza.

Assim adquiri o mimo, fui ao congraçamento e a presenteei. A primeira coisa que ela me disse toda linda e sorridente foi, “Cris, que bom que está aqui! E continuou com sua voz aveludada, após eu entregar-lhe a sacolinha branca com o presente dentro, “Eu não me importo com presentes quando comemoro meu aniversário. O que me faz feliz são as presenças dos meus amigos”.  E me abraçou amorosamente.

Fiquei muito emocionada com a carinhosa recepção, com as palavras cheias de afetos e percebi que tinha passado o dia preocupada com algo que na verdade era de menor relevância e importância. Presente, na verdade deve significar “presença”, estar próximo, trocas de afetos e multiplicidade de instantes. Aprendi mais uma lição para a vida. Graças a Deus!

Olhei a mesa com mais de vinte convidados, todos amigos queridos e especiais da doce anfitriã. Sorri e acredito que fui   sentar-me ainda com um sorriso largo nos lábios. É magnífico estar com pessoas boas, generosas e simples. Pessoas que tinham tudo para serem esnobes, mas optaram em ser seres humanos exemplares, dedicados e preocupados com o bem-estar e felicidade do outro.

Bênção é permanecer com pessoas que sabem que a essência da vida é ser e não ter. E que cada pessoa que amamos é um achado, cada momento juntos é um tesouro e cada dia de vida que temos é um “presente” de Deus.

Felicidades a querida aniversariante, Dra. Maria das Graças monteiro de Melo e ao seu esposo, Domingos Pascoal de Melo, por estar sempre ao seu lado. Parabéns, a um dos casais mais carismáticos que eu conheço. Happy birthday!

Educadora Cris Souza

01/09/2023

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