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sábado, 12 de março de 2016

Minhas Saudades

De vez em quando, bate uma saudade. Saudade da minha infância, dos meus amigos queridos que não encontro mais, da minha professorinha que me ensinou o bê-a-bá, do catecismo, das brincadeiras de roda e pega-pega. Sim, assumo, sou uma pessoa saudosista de carteirinha.
Saudade dói, machuca, mas contudo devolve a nós, momentos marcantes, belos, que teimam em ficar como lembranças. Sinto falta das conversas na porta de casa, com os vizinhos, dos passeios para tomar banho no rio e dos cozinhados que fazia com minhas irmãs, no quintal de casa, com os ingredientes doados por nossa mãe.
Saudade da minha cartilha, da minha saia plissada do uniforme escolar e da sopa de verdura, onde todos que podiam, levavam uma verdura.
Só não sinto falta da sala da direção, onde nunca fiquei, mas fui ameaçada uma única vez de ficar de castigo ao lado de um esqueleto, kkkkkkk. Hoje não sei, se o tal esqueleto existia. Mas morria de medo.
Vejo que minhas memórias mais reais, são os fatos vividos no chão da escola. Tudo meu gira em torno de uma escola. Minha saudosa mãe dizia, esta nasceu para ser professora, ou então: "Ela vai morrer" de tanto estudar". Lembranças boas, saudades fincadas na alma. Vou parar por aqui, me deu saudade de mim.

12.03.2016

domingo, 6 de março de 2016

A Porta do armário

E tem momentos que ficamos tristes, sem vontade sair, de ver gente, enfim de viver. Conversando com meu amigo filósofo e escritor Domingos Pascoal de Melo, cadeira nº 17 da Academia Sergipana de Letras sobre este momento de fragilidade, fiquei estimulada a escrever este texto.
Somos suscetíveis a queda de humor, acredito que em algum momento abrimos a porta do armário das tristezas e ficamos cara a cara com os nossos medos. Cabe a nós buscarmos forças para fechar a porta do armário e seguirmos adiante.
E assim fico a imaginar nossos estudantes que chegam a  escola emburrados, chateados e ficam dispersos sem aprender. Crianças que por algum motivo são infelizes, mas que a escola não busca saber de verdade quais são estas razões de fato. Não acredita que as crianças se estressam e nem que tenham a necessidade de abrir a porta do armário.
Precisamos entender que  elas são homens  e mulheres pequenos, são nossas miniaturas com sentimentos e vontade. Têm sentimentos como a raiva, alegria, tristeza, decepção e etc. A escola necessita olhar cada criança com mais atenção, reconhecer o ser dentro dela e formar cidadãos prontos para transformar o mundo que nos cerca. Criança feliz é criança livre, determinada e capaz de aprender e apreender. 
Já dizia Paulo Freire:


Escola é

... O lugar que se faz amigos.

Não se trata só de prédios, salas, quadros,

Programas, horários, conceitos...

Escola é sobretudo, gente

Gente que trabalha, que estuda

Que alegra, se conhece, se estima.


O Diretor é gente,

O coordenador é gente,

O professor é gente,

O aluno é gente,

Cada funcionário é gente.


E a escola será cada vez melhor

Na medida em que cada um se comporte

Como colega, amigo, irmão.


Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”

Nada de conviver com as pessoas e depois,

Descobrir que não tem amizade a ninguém.


Nada de ser como tijolo que forma a parede,Indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,

É conviver, é se “amarrar nela”!


Ora é lógico...


Numa escola assim vai ser fácil!Estudar, trabalhar, crescer,

Fazer amigos, educar-se, ser feliz.

É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo. 



Educadora Cris Souza
07.03.2016

quinta-feira, 3 de março de 2016

As crianças e a alfabetização nossa de cada dia

A criança estar no 5º ano sem saber escrever o seu próprio nome, é chocante demais. De quem é a culpa? dos pais, da escola, do sistema ou da própria criança?
Realmente não dá para entender algo desta natureza. As crianças são inteligentes, perspicazes e espertas. Não tem como justificar um fracasso desta proporção. A escola precisa assumir o seu papel em todo processo. A criança tem que aprender de forma efetiva a se comunicar usando a palavra escrita e falada. Não tem justificativa para explicar esta falta de vergonha. Todos precisam assumir a sua parcela de culpa e buscar reverter este triste quadro, tratando este estudante como se fosse alguém agonizando numa UTI. Todos juntos em prol de curar a doença do analfabetismo. Alfabetizar é ensinar a criança a ler o mundo. E a criança que aprende a ler o mundo, é uma criança participativa e independente. Nesta idade, aos 10 anos, a criança precisa ler, escrever bem, e interpretar o texto com excelência, a não ser que a mesma tenha algum distúrbio mental. O professor não pode lavar as mãos, os pais precisam correr atrás do prejuízo e a criança, entender que estudar é uma necessidade vital. Que só o conhecimento transforma o homem e a sociedade. Está na hora de acordarmos para estas questões. A educação libertadora não sufoca o indivíduo, muito pelo contrário, liberta e fortalece o ser. Vamos educar as nossas crianças para não precisarmos punir os adultos ( Pitágoras).

Educadora Cris Souza
03.03.2016

terça-feira, 1 de março de 2016

O PAPEL DOS LIVROS NA SALA DE AULA


A criança que lê desenvolve seu senso crítico e aprende a escrever com mais facilidade. A leitura em sala de aula precisa ser prazerosa. Devemos incutir em nossos alunos que ler é gostoso, não é trabalhoso e que não exige muitos esforços. Então é imprescindível que as crianças convivam com os livros, também na escola, e que esta aproximação perpasse os conteúdos programáticos, que extrapole o desenvolvimento sistemático da escolarização.
Alguns professores têm dificuldade em trabalhar a literatura em sala de aula, porque pensam que é algo solto, sem muito objetivo técnico e que a literatura só tem algum valor se acompanhada de algum ensinamento de cunho pedagógico.
Assim, Bakhtin (1992) expressa sobre a literatura infantil abordando que por ser um instrumento motivador e desafiador, ela é capaz de transformar o indivíduo em um sujeito ativo, responsável pela sua aprendizagem, que sabe compreender o contexto em que vive e modificá-lo de acordo com a sua necessidade.
Quando a criança lê, ela tem a possibilidade de reflexionar, interpretar, interrogar, duvidar e tecer críticas, capazes de fazê-la fugir de pensamentos estereotipados.
Como escrevia Jacinto do Prado Coelho, “não há disciplina mais formativa que a do ensino da literatura. Saber idiomático, experiência prática e vital, sensibilidade, gosto, capacidade de ver, fantasia, espírito crítico – a tudo isso faz apelo à obra literária, tudo isto o seu estudo mobiliza”.
Por um lado a escola quer explorar o desenvolvimento social, emocional e cognitivo do aluno, mas em contrapartida apresenta uma leitura que eles não se identificam e fazem-no somente por obrigação. A literatura deve ser uma aliada do professor, ajudando-o a formar leitores reflexivos. De forma contraditória, o professor dificulta o processo, em alguns casos, por não gostar de ler.  Segundo Luiz Raul Machado, especialista em literatura infantil "não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto as salas de aula brasileiras estão repletas de pessoas que, apesar de não ler, tentam ensinar". O Rubem Alves diz:” O livro é um brinquedo com letras”. Então convido a escola para entrar nesta brincadeira.

Educadora Cris Souza

01.03.2016

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